Friday, January 15, 2010

Domingos Teixeira: um bracarense singular



Braga despediu-se hoje de um dos seus filhos maiores: Domingos da Silva Teixeira, um homem simples, trabalhador e apaixonado pela sua terra, desde o apoio que sempre deu às associações mais representativas, como o Maikes (de que foi presidente da Direcção e Assembleia Geral), o Corpo Nacional de Escutas (de que era padrinho) ou a Igreja nova (que de foi o principal obreiro).

Foi bom ter Domingos da Silva Teixeira connosco, porque ele deixa os genes nos cinco filhos como lídimos embaixadores destas paixões que foram suas ao longo de mais de oitenta anos de vida.

A melhor homenagem que os fraionenses lhe podem prestar é o compromisso, diante dos seus restos mortais, de que tudo farão para concluir o equipamento da Igreja nova de Santiago de Fraião, enquanto aos mais novos se exige que ressuscitem um dos maiores emblemas da freguesia, o do Maikes.

Aos restantes pede-se um pouco do seu empenho no progresso e desenvolvimento da terra que os viu nascer ou acolheu.

Decorriam os anos 40 do seculo XX, quando Domingos Teixeira iniciou a sua actividade empresarial, com o desmonte de pedra e sua transformação (cubos, cantaria,) e com o fornecimento a obras na região, entre elas, a construção do Estádio 1.º de Maio, em Braga.

Hoje, os cinco filhos são os responsáveis por um verdadeiro império empresarial moderno que honra a classe empresarial bracarense, minhota e portuguesa, voltado para novos negócios e renovadas energias no âmbito do solar fotovoltaico, sendo sua intenção promover, em Portugal, um cluster industrial no sector da energia solar.

Guardo dele a última imagem: ajudado pelo filho, veio cumprir o seu dever de cidadania nas últimas eleições autárquicas da sua terra.
Foi um grande soldado até ao fim. Não aparecia nos jornais mas estava presente a activo.

Fraião perdeu ontem um singular combatente do progresso e desenvolvimento da terra que o viu nascer, onde Domingos da Silva Teixeira investiu o melhor da sua vontade empreendedora, da sua capacidade de decisão, da sua doação a Fraião ao serviço do desporto, da política, da juventude, da cultura e da religião em que acreditava. Que seja um farol para nós.

Monday, January 11, 2010

Somos todos galegos no dia 21


Língua galega é o nome oficial no Reino da Espanha e na União Europeia do idioma natural da Comunidade Autónoma da Galiza. Esta língua é falada na Galiza, em zonas de fronteira das Astúrias e de Castela-Leão e nas comunidades de galegos emigrantes, como na Argentina, Cuba e no Uruguai (porque mais de três milhões de emigrantes galegos moram naqueles países).

O galego pode ser visto como uma forma evoluída do galego-português, como o português da Galiza (da mesma forma que se fala de "português de Portugal" ou "português do Brasil").

O galego-português formou-se a partir do século IX, na antiga província romana da Gallæcia (de que Braga era a capital) e as famílias, as crianças e os jovens da Galiza pedem a solidariedade dos portugueses, com veemência especial dos minhotos, quando preparam uma greve geral nas escolas para protestar contra uma agressão histórica contra uma das fortes componentes da Lusofonia, o galego.

A greve foi convocada pela plataforma Queremos Galego para o dia 21 deste mês para tentar impedir a mis forte agressão contra o idioma próprio da Galiza em toda a vida democrática de Espanha.

Se para os galegos é tão importante envolver todas as pessoas com sensibilidade pela sua cultura, é importante que saibamos ser solidários com eles contra este decreto que não tem o apoio das famílias, nem dos professores nem dos alunos

O decreto ofensivo da Língua galega foi apresentado a meio das férias do Natal pela Junta da Galiza
sob a capa da aprendizagem do inglês, prejudicando nitidamente o galego, numa acção que os linguistas da Galiza consideram uma burla tremenda porque se vende um suposto "trilinguismo" — castelhano, inglês e Galego — que é impossível aplicar em quase toda a Galiza.

Com falácias sobre o inglês o que tentam é confundir a opinião pública e camuflar esta navallada contra o galego — acusam os promotores da greve geral.

O último censo da Galiza assinalava que 20% dos rapazes e raparigas entre 14 e 19 anos são analfabetos funcionais en galego. A Junta, em lugar de ajudar a resolver este gravíssimo problema, aprofunda-o e cria outros novos. Como se pode entender que se proponha como justo reduzir a presença da língua mãe no horário escolar? — perguntam os opositores deste decreto lei que favorece o inglês e despreza o galego.

Em nome da liberdade de escolha e face à imposição unilateral de Núñez Feijóo, as comunidades educativas reclamam que se escute a sua voz, porque o decreto galegófobo não merece mais que a sua rejeição.

No dia 21 de Janeiro, os minhotos não devem esquecer um abraço de solidariedade aos galegos que lutam por um dos seus emblemas mais vivos da sua identidade como povo e baluarte da sua autonomia face à imposição castelhana sob a capa da liberdade. Não apenas por amizade aos galegos, mas porque a Lusofonia está ameaçada e ficará empobrecida na Galiza com este decreto da Junta de Nuñez Feijóo.