Monday, December 21, 2009

Colégio D. Diogo de Sousa ajuda Caritas


Os alunos do primeiro ao décimo segundo anos do Colégio D. Diogo de Sousa entregaram ontem mais de 8.800 euros à Caritas de Braga para apoio a famílias vítimas de violência doméstica.

Num sarau de Natal dos quinto a sétimo anos, a entrega do cheque foi efectuada pelo director do Colégio Dom Diogo de Sousa ao presidente da Caritas que afirmou a sua surpresa por esta quantia que vai beneficiar "não uma família mas várias".

A campanha resultou de uma sugestão da Caritas uma vez que esta escola católica desenvolve todos os anos campanhas de solidariedade com um objectivo concreto, na qual participaram todos os alunos do primeiro ao terceiro ciclos.

Os meninos do pré-primário direccionaram a sua actividade para o Centro Social Padre David de Oliveira Martins, como explica o Padre Cândido Sá.

Após receber o cheque, o presidente da Caritas desafiou os alunos do colégio a ajudarem os pobres envergonhados que existam nas vizinhanças das suas casas dizendo-lhes que a Caritas os trata com toda a discrição e confidencialidade.

Thursday, December 3, 2009

Um padre para os Homens


Os reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga e tantos, tantos cristãos perderam o seu São Leonardo de Noblat, pela sua vida de austeridade, de pregação e de um sorriso sempre presente que se prolongava na comunicação.

À semelhança de Leonardo, que viveu no século VI, o padre Fernando Leite nutria grande compaixão pelos prisioneiros e obteve a libertação de muitos, num trabalho difícil, paciente, silencioso e discreto com os rejeitados da sociedade e suas famílias.

Aos 89 anos, não se pode dizer que a sua morte seja surpresa. A surpresa negativa acontece a partir de agora, com a sua ausência e sepultura hoje, na sua terra natal, em São Nicolau, Cabeceiras de Basto. Era completo e multidisciplinar. Que o digam os seus "amigos das Palhotas"

O padre Fernando Leite viveu toda a sua vida dedicado ao serviço do Apostolado da Oração mas a sua grande obra foi a Revista Cruzada, da qual foi, durante mais de 60 anos, Director, sendo também director do Jornal Clarim e dos “Bilhetes Mensais” (Oração e Vida).

Traduziu a sua apixão pela mensagem de Fátima em algumas dezenas de livros e opúsculos, sobretudo sobre a Mensagem de Fátima, de que era um apaixonado sem esquecer o entusiasmo que nutria pelo Movimento da Cruzada Eucarística, de que era Assistente Nacional e Diocesano!

Recordo-o também como Director Espiritual dos Seminários Diocesanos de Braga, onde a sua piedade, humildade, amizade e dedicação para connosco era singular. A ele ninguém tinha pudor ou receio de se confessar. Não sei que melhor podia escrever para definir este grande Padre!


Enquanto Leonardo de Noblat se refugiou na floresta de Limousin, Fernando Leite, vivendo para Deus, em profunda espiritualidade (como bem descreveu o padre Dário Pedroso), foi sobretudo um Padre para os Homens, doando tempo, dedicação, inteligência, amizade, e coração aos reclusos, como Capelão do Estabelecimento Prisional, em duas décadas.

Todo este imenso e longo trabalho a Braga mereceu-lhe, aquando dos 900 anos da Catedral de Braga, uma comenda do Papa João Paulo II, como testemunho de gratidão pela dedicação e generoso trabalho.

Devemos-lhe muito. Braga fica em dívida para com ele, pelos 60 anos que lhe dedicou integralmente. Ele foi um dos enormes talentos que a Companhia de Jesus disponibilizou à Igreja e a Braga.

Tuesday, November 17, 2009

"Pedaços & laços" de antigos seminaristas




"Pedaços & laços" é uma fantástica colectânea de testemunhos de alunos que frequentaram os seminários de Braga entre 1958 e 1970 que dá resposta à questão colocada por um dos coordenadores na apresentação do livro quando pergunta: "que força nos une?"

É um livro que interessa aos 152 rapazes que, entre 1958 e 1970, mais a tantas centenas que cruzaram as suas vidas nos Seminários de Braga, aos familiares e a todos aqueles a quem o dia-a-dia de uma escola religiosa pré e pós conciliar desperta curiosidade que é bem saciada, ao longo de 140 páginas enriquecidas com um CD carregado de documentos e fotos.

A propósito dos 50 anos de entrada de 118 rapazes no Seminário da Tamanca ou de Nossa senhora da Conceição, em 2008, três antigos alunos lançaram o desafio a todos os seus companheiros para recolherem testemunhos, documentos, fotografias e outro material de interesse, para assinalar aquela data inesquecível para todos eles.

Ernesto Português, de Monção, Marques Mendes, de Sobreposta, e Manuel Duarte, de Adaúfe, pediram a todos que relatassem um episódio ou vivência curiosa e marcante da sua passagem pelo Seminário, com "inteira liberdade e sem preocupações literárias", além da cedência de fotos ou adereços como a primeira mala de cartão...

Houve muitos que colaboraram respondendo à pergunta de Marques Mendes — "Que força nos une?" — apesar do caminho diversificado que todos seguiram: padres, professores, empresários, comerciantes, funcionários, administrativos, advogados, médicos, militares, etc.

Em resposta ao desafio daqueles três companheiros de carteira, muitos "vasculharam o fundo da sua memória" enquanto outros "deram a volta à sua velha mala de cartão e encontraram fotografias e documentos" que agora partilham com os seus colegas e com muitos que andaram nos seminários naquelas duas décadas.

Das 150 páginas resultam testemunhos sobre a "porta de mobilidade social para dezenas de milhar de adolescentes provenientes do mundo rural e famílias desfavorecidas" enquanto outros destacam "a formação sólida e rigorosa recebida que garantia aos que saíam do seminário uma rápida e bem sucedida inserção no mundo profissional ou académico".

"A disciplina, os hábitos de trabalho e a qualidade do ensino eram garantia de sucesso na vida" — acrescentam outros ex-seminaristas que participaram nesta obra de memórias que apontam a revista "Cenáculo" como outra porta por onde se "conseguiam espreitar ideias novas e divergentes", numa altura em que Braga dentava dificuldades para que "o concílio Vaticano II destronasse Trento e muitos viviam "o sofrimento que esta guerra conciliar gerou".

De fora sopravam os ventos de maio de 68, os estilhaços da Guerra do Vietname, do estertor do colonialismo, os sons dos Beatles e as discussões pós-conciliares e como só morre quem é esquecido, esta obra recorda todos aqueles que se cruzaram entre si ao longo de 12 anos de estudos e de juventude, desde alunos a professores.

As grandezas e miudezas de uma vida em comum, dos prefeitos e dos professores, são passadas a pente fino, sem esquecer os momentos de polémica, como a expulsão geral dos finalistas de Teologia e sua readmissão, em dois grupos. Seguem-se os depoimentos, a recordação dos que já partiram e um apêndice rico de fotografias sobre encontros anuais e vivências nos seminários.

Saturday, November 7, 2009

Pobreza em Braga: a mãe e a filha


A presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Braga denunciou esta semana o ‘quadro muito preocupante’ de negligência de que são vítimas muitos menores de famílias romenas radicadas no concelho.

Fátima Soeiro afirmou que ‘são cada vez em maior número as situações terríveis de negligência’ naquela comunidade emigrante.

Nós sabemos que, entre nós, é vergonhoso reconhecer a própria pobreza e assim se explica muita pobreza envergonhada, mas pior do que isso é não esforçar-se para escapar da pobreza. Essa incapacidade traduz uma pobreza maior e inquietante, a miséria espiritual.

É o que se pode dizer de uma família com rendimento social de quase 1 800 euros mensais, no seio do qual foram encontradas crianças com fome.

É o que se pode dizer da chegada, quase todos os dias, denúncias de crianças romenas maltratadas no seio familiar, de que é expoente exemplar uma família romena a quem foram retirados oito dos dez filhos.

Um observatório dinamizado pela Câmara de Braga, recolheu oito dezenas de casos de negligência infantil em famílias romenas, por norma bastante numerosas, cujo acompanhamento é difícil, dada a sua grande mobilidade no território nacional.

Se a pobreza antes era considerada obra de injustiça, com os novos mecanismos de apoio, temos de considerar a pobreza, em muitos casos, incapacidade ou miséria espiritual e essa não se combate com subsídios.

Acho que foi Jean Paul Sartre quem escreveu que a pobreza e a esperança são mãe e filha. Ao entreter-se com a filha, esquece-se da mãe — acrescentava ele, com flagrante actualidade entre nós.

Nos casos apontados em Braga, esta semana, Portugal parece estar a divertir-se com a mãe (a pobreza) descarregando gasolina sobre a fogueira e a esquecer-se da filha (a miséria espiritual ou ignorância), adiando a sua promoção humana, através da educação para os valores e da vida.

Braga: Seminário Conciliar evoca 450 anos


Fundado por D. Frei Bartolomeu dos Mártires, o Seminário Conciliar de Braga celebra 450 anos da sua existência, no ano 2010 w o evento será celebrado não apenas numa perspectiva de evocação histórica, mas antes uma reflexão, com um congresso internacional sobre figura do Presbítero.

No congresso a realizar em Janeiro, no Auditório Vita, “teremos várias figuras de âmbito internacional que nos ajudam a apensar a figura do Presbítero, na Bíblia e na história, animada pela esperança e repensar novas formas que esta figura necessita para hoje” — revelou o reitor Vítor Novais.

Numa dimensão profética, o Congresso “ajudar-nos á olhar para a frente. À medida que o ano vai avançando teremos outras iniciativas como uma Assembleia do Clero, a celebração da Quinta Feira Santa, a evocação das grandes figuras que animaram e passaram por esta casa, um ciclo de cinema que vamos tendo desde há algum tempo”.

O padre Vitor Novais deseja que o Seminário seja um “pólo de animação do presbitério da Diocese”, convidando-os em cada mês para a presença de uma recolecção mensal, de modo a “pararmos e olharmos a nossa vida espiritual e sentirmos essência do nosso ministério, numa relação que cresce com o mundo quando a nossa relação cresce com Deus”.

Em termos de renovação dos imóveis, a preocupação central do Reitor reside na Igreja, na recuperação da talha dos altares e do órgãos de tubos.

O nosso órgão de tubos é outra das “nossas preocupações e estamos a fazer algumas diligências para que um dia este órgão de tubos possa ecoar, animar a vida celebrativa e animar culturalmente a nossa cidade” — conclui o padre Vitor Novais.


UM ARCIPRESTADO EM FOCO

Entretanto, começa hoje a Semana dos Seminários e no programa delineado para assinalar esta semana, o padre Vitor Novais destaca várias iniciativas para a celebrar de modo a “trazer as pessoas ao seminário e procurar levar o seminário às comunidades”.

Estamos com tudo preparado para ir até Barcelos, um arciprestado com muitas comunidades, gostávamos de ver nele um arciprestado sempre sensível a esta causa e procurar dinamizar esta interpelação aos jovens que habitam e vivem em Barcelos” — diz o Reitor do Seminário de Braga.

Não há uma escala, mas numa linha daquilo que “nos parece importante, olhar para uma realidade mais litoral, e próximo de Braga, acedemos a um pedido dos párocos de Barcelos. Na semana das Vocações iremos até Famalicão”.

Para além de dar a conhecer o seminário, “queremos sensibilizar e dar a conhecer às pessoas a nossa vida. Vamos à catequese e dizer que o Seminário continua a chamar a enviar. A catequese é uma oportunidade para perceber a escola que o Seminário tem de ser, onde se aprende a ser discípulo de Jesus e onde se preparam os apóstolos de hoje” — explica o padre Novais.

Depois da catequese, a semana passa também pelas celebrações da comunidade onde “iremos procurar dinamizar a Eucaristia com alguns momentos de maior sensibilização com testemunhos, mensagens e toda a interpelação que pode ser feita para viver esta semana amada pela Igreja que passa pelo seminário e está presente nas comunidades.


VIGÍLIAS E SARAU MUSICAL

Na quinta feira, às 21,30 na Igreja do Terço, há uma vigília vocacional, no dia seguinte outra vigília, no Seminário, em Braga, na Igreja de S. Paulo, para a qual foram convidados os padres de toda a diocese.

Depois, em Barcelos, a semana encerra com um musical S. Paulo, para dizer aos jovens daquele arciprestado que no seminário “ainda acreditamos que é possível viver animados pelo espírito de S. Paulo, um homem encontrado por Cristo nunca mais deixou de interpelar pessoas para este encontro com o Mestre”.

Este musical realiza-se no dia 20 no Centro Pastoral de Barcelinhos, às 21,15 horas, e “permite olhar a figura de Paulo para que ele nos inquiete e nos diga que em 2009 vale a pena ser pastor”. Trata-se de um musical com textos paulinos e outros originais, interpretado pelos alunos do Seminário de S.Pedro e S. Paulo.

Wednesday, October 14, 2009

Colégico D. Diogo de Sousa: talentos na Torre de Menagem



São sessenta quadros – número igual aos anos de existência do Colégio Dom Diogo de Sousa – que trinta alunos apresentam no Torre de Menagem até ao dia 18 deste mês e traduzem “Um olhar sobre os outros”, através dos uso de materiais diversos.

A exposição “enche” os três pisos daquele monumento medieval de Braga e resulta de um projecto desenvolvido na disciplina de Desenho, impulsionado pela prof. Bárbara Fonte, no qual participaram alunos do 10.º ao 12.º anos.

O Director do Colégio, na sessão inaugural, acompanhada de música e da recitação de um poema por Ana Gomes, agradeceu aos professores esta iniciativa que envolveu os alunos de Artes e alguns alunos antigos que já frequentam o ensino superior.

Naquele magnífico espaço, entre as 14,30 e as 18 horas, diariamente, podem ser apreciados trabalhos em Tinta da China, óleos, lápis de cor e carvão em que os alunos realizam a sua interpretação pessoal de diversos aspectos da figura humana.

Uns interpretaram obras de autores, outros traduziram em desenho fotografias célebres mas a maioria escolheu apresentar o seu olhar sobre a figura humana nas suas emoções, nos rostos, nas posições do corpo.

A mostra, pela sua qualidade e diversidade de “olhares” constitui uma fonte de inspiração para jovens bracarenses e outros alunos do Colégio D. Diogo de Sousa que pretendam seguir a carreira das artes.

Diogo Bessa e Joana Almeida explicaram aos convidados da sessão inauguram que a exposição está dividida em três grandes áreas: pintura, fotografia e desenho. Nos trabalhos, explica Diogo Bessa, “procuramos ver através dos outros, a partir de outros criadores e apresentar novas interpretações filtrados pelas nossas íntimas experiências”.





Joana Almeida sublinhou que esta mostra apresenta uma perspectiva de efectiva vivência e de partilha” através da qual “os alunos de artes contribuíram para a comemoração dos prestigiados 60 anos do Colégio”.

A maioria dos artistas não escondeu a sua alegria, face ao número de pessoas que aderiram à inauguração da exposição, porque não é todos os dias que têm a oportunidade de realizar uma exposição, ainda por cima num local tão emblemático para a cidade de Braga.



Thursday, October 8, 2009

Braga: um contrato para cumprir

Não prometem um comboio para S. Pedro d’Este e muito menos acções para cem dias que estão fora das competências legais do município, mas um contrato com os bracarenses que é para cumprir e tem a duração de 1441 dias.

Os bracarenses habituaram-se a que Mesquita Machado não prometessem o sol e a lua nem “chuva no nabal e sol na eira”, porque a experiência de Mesquita Machado determina realismo e seriedade nas propostas que são apresentadas pelos socialistas.

Mesquita Machado é o primeiro subscritor do contrato que os candidatos socialistas apresentam nas freguesias do concelho de Braga. Essa é a garantia de que esses contratos vão ser respeitados e merecem toda a confiança.

Mesquita Machado é também o primeiro subscritor de um contrato que o PS apresenta aos munícipes para continuar a desenvolver o concelho de Braga.

Agora parece estar na moda de algumas candidaturas – que enchem a boca com palavras bonitas – a preocupação pela crise económica e social internacional que se abateu também sobre o concelho de Braga.

Não deixa de ter piada – negra, diga-se - que os defensores ideológicos de menos Estado na economia e da liberdade total ao mercado (através de suplementos de economia) que levou àquilo que nós estamos todos a pagar, não tenham pudor em prometer agora mundos e fundos para alegados apoios aos trabalhadores e famílias carenciadas.

Os que defendem a privatização de parte da segurança social, a nível nacional, propõem, em Braga, uma duplicação da Segurança Social, arrebanhando os cofres municipais para uma missão que é desenvolvida – e bem – pela Segurança Social do Estado. É preciso não ter memória.

Pior ainda é sabermos que eles combatem um Estado subsidiodependente – invocando o ditado chinês de oferecer a cana e ensinar a pescar, em vez de oferecer a sardinha – mas despertaram agora para a demagogia de mais subsídios e isenções fiscais municipais.

A honestidade intelectual devia mandar alguns senhores reconhecer o carácter inovador de algumas soluções desencadeadas em Braga por Mesquita Machado e pelos socialistas, a começar nessa medida fantástica que foi o subarrendamento, elogiada ao tempo pelo ministério de Cavaco Silva.

A inteligência dos bracarenses merece que lhes digam quem foi o primeiro município deste país a dizer não a novos bairros sociais. Foi Braga e só depois o Estado abandonou esta solução para as famílias carenciadas e desestruturadas.

A memória dos bracarenses não deixa que passem uma esfregona sobre a ideia de criar uma empresa municipal voltada para as questões habitacionais, educativas e familiares: a BragaHabit com os vários programas de apoio a essa carência básica que é a habitação ou projecto premiado a nível nacional do Bragabrinca para a integração social, educativa e cultural das minorias.

A credibilidade de qualquer alternativa devia reconhecer que o verdadeiro apoio às famílias, para suavizar as suas contas mensais, enraíza-se numa tabela de tarifas de serviços básicos (água, saneamento, resíduos, transportes) que fazem os presidentes dos municípios vizinhos (Famalicão e Barcelos) perguntar: como é que o Mesquita Machado consegue estes preços tão baixos?

Porque Mesquita Machado não entregou aos privados estes serviços públicos e fundamentais para os bracarenses.

A credibilidade de um candidato sustenta-se também no reconhecimento de uma política de coesão de todo o concelho: as pessoas das freguesias, tendo em conta os investimentos feitos pela gestão socialista, gostam de viver nas suas aldeias. Não fugiram em massa para a grande cidade que continua a acolher – isso sim – pessoas vindas de concelhos vizinhos do interior.

Os bracarenses das nossas freguesias sentem-se bem na sua terra. A gestão do PS contribui para a unidade de um concelho e diminui as assimetrias, através do investimento público prioritário e promotor de qualidade-de-vida. Digam que não houve nem há planeamento, agora.

A ampla e eficaz rede de comunicações e transportes em
todo o concelho, facilita a mobilidade entre as freguesias e evita o excessivo congestionamento da área urbana. Ou esquecemos o efeito dos transportes escolares no orçamento das famílias?

O combate às desigualdades e à discriminação social e económica começou com a aposta na rede pública de ensino pré-primário, na qual Braga foi um dos primeiros municípios com cobertura integral ao nível das freguesias.

Mesquita Machado compreendeu há muitos anos os benefícios da escolaridade pré-primária na formação das pessoas, e o PS soube perceber que este benefício não podia ser apenas privilégio de alguns, com mais possibilidades financeiras.

É este capital de experiência de Mesquita Machado, carregado de inovação em cada um dos trinta e tal anos, que os bracarenses não podem desperdiçar quando a União Europeia contempla Braga com quase 70 milhões de euros para projectos que antecipam o futuro de Braga como cidade do conhecimento, da ciência e da modernidade.

Não votar, no Domingo, é deitar ao lixo a oportunidade de construir o futuro de Braga, com mais e melhor qualidade.

Wednesday, October 7, 2009

Braga é fantástico: um texto insuspeito

"Braga é fantástico" é o título de um texto de Miguel Esteves Cardoso, na revista "J" do jornal o jogo que não resisto a partilhar consigo, dada a insuspeição do seu autor. É uma lição para alguns bracarenses que não encontram nada que lhes sirva na Cidade de Braga.

"Às vezes, fica-se com a impressão que é Braga que deveria mandar neste país. Veio do Sporting de Braga o treinador que está a salvar o Benfica. Mas, mesmo sem esse treinador, o Sporting de Braga está em primeiro lugar.

Acho que o Sporting de Braga é o único clube de que todos os portugueses gostam secretamente. Os benfiquistas acham que eles são do Benfica; os do Sporting apontam para o nome e os portistas, por muito que lhes custe, são nortenhos e não se pode ser nortenho sem gostar de Braga.

Toda a gente tem medo - e com razão - do Sporting de Braga. Há a mania de engraçar com a Académica de Coimbra ou com o Belenenses, mas são amores fáceis, que não fazem medo nem potenciam tragédias.

O Sporting de Braga não se presta a essas condescendências simpáticas. É po ser temido que o admiramos. Mais do que genica, tem brio. É uma atitude com que se nasce; não se pode ensinar nem aprender.

A primeira vez que fui a Braga já estava à espera de encontrar uma cidade grande e diferente de todas as outras. Mas fiquei siderado. Acho que Braga se dá a conhecer a quem lá entra, sem receios ou desejos de impressionar.

A primeira impressão foi a modernidade de Braga - pareceu-me Portugal, mas no futuro. E num futuro feliz. O Porto e Lisboa são mais provincianos do que Braga; tem mais complexos; tem mais manias; tem mais questiúnculas por resolver e mais coisas para provar.

Braga fez-me lembrar Milão. É verdade. Eu adoro Milão mas Milão é (mais ou menos) Italiano, enquanto Braga é descaradamente português. Havia muitas motas; muitas luzes; muita alegria; muito à-vontade.

Lisboa e Porto digladiam-se; confrontam-se; definem-se por oposição uma à outra. Braga está-se nas tintas. E Coimbra - que é outra cidade feliz de Portugal - também é muito gira, mas não tem o poderio e a prosperidade de Braga.

Em Braga, ninguém está preocupado com a afirmação de Braga em Portugal ou no mundo. Braga já era e Braga continua a ser. Sem ir a Roma, só em Braga se compreende o sentido da palavra "Augusta". Em contrapartida, na Rua Augusta, em Lisboa, não há boa vontade que chegue para nos convencer que o adjectivo tenha proveniência romana. A Rua Augusta é "augusta" como a Avenida da Liberdade é da "liberdade" e a Avenida dos Aliados é dos "aliados", mas Braga é augusta no sentido original, conferido pelo próprio Augusto.

Em Braga, a questão de se "comer bem" ou "comer mal" não existe. Come-se. E, para se comer, não pode ser mal. Pronto. Em Lisboa, por muito bem que se conheçam os poucos bons restaurantes, está-se sempre à espera de uma desilusãozinha.

No Porto, apesar de ser difícil, ainda se consegue arranjar alguma ansiedade de se ser mal servido; de ir a um restaurante desconhecido e, por um cósmico azar, comer menos do que bem.

Em Braga isso é impossível. O problema da ansiedade não existe. Braga tem tudo. Passa bem sem nós. Mas nós é que não passamos sem ela, porque os bracarenses ensinam-nos a não perder tempo a medir o comprimento das pilinhas uns dos outros ou a arranjar termómetros de portuguesismo ou de autenticidade.

É por isso que o Sporting de Braga está à frente. Não é por se chamar Sporting. Não é por ter cedido o treinador ao Benfica. O Benfica ganhou muito com isso. Mas é o Sporting de Braga que está à frente.

É por ser de Braga. É uma coisa que, infelizmente, nem todos nós podemos ser.

Fique então apenas a gentileza de ficar aqui dito de ter pena de não ser.

Monday, September 28, 2009

Colégio D. Diogo de Sousa: Posso fazer uma pergunta?


Com o grande auditório do Parque de Exposições a abarrotar, o Colégio Dom Diogo de Sousa encerrou sábado à noite as comemorações dos 60 anos de existência ao serviço da juventudde de Braga, com um musical feito integralmente pelos seus alunos.

O padre Cândido Azevedo e Sá, director do Colégio, manifestou o seu “grande contentamento” pela adesão das pessoas e agradeceu a todas as pessoas que tornaram possível aquele momento.

O espectáculo musical — “Posso fazer-te uma pergunta?” — sucedeu a um porto de honra para todos os pais, professores, alunos e ex-alunos da instituição criada em 30 de Agosto de 1949 pela mão de Mons. Elísio Araújo.

Ao mesmo tempo eram projectadas imagens que evocaram os principais momentos da história e crescimento desta Escola da Igreja que é freqüentada neste ano lectivo por 1700 crianças e jovens, desde o pré-primário até ao décimo segundo ano.

O director do Colégio revelou que o projecto curricular é enriquecido com iniciativas que apontam para a educação para os valores que são imagem de marca desta escola: a verdade, o rigor, o trabalho e o esforço.

Nesta escala da valores, ao longo do ano lectivo que agora começa, o Colégio estimular os alunos para os valores da “minha cidade”, no primeiro ciclo, numa procura e conhecimento das raízes e valores da cidade de Braga.

Desta forma, vamos integrar também a história do Colégio” — prosseguiu o padre Cândido Azevedo e Sá.

O espectáculo musical foi interpretado por 35 alunos do quinto ao décimo segundo ano, numa encenação de Rute Moreda, com coreografia de Stephanie Sousa e música de José Marques.

O tema do musical começa por um lugar, o colégio e um tempo que “se vira e revira para a frente e para trás”, mostrando que os “nossos dias estão cheios de pequenos lugares” onde se procura olhar o presente e ver nele o que tem de passado.

O Espetáculo “Posso fazer-te uma pergunta?” fala do Colégio Dom Diogo de Sousa, da sua história, das suas pessoas, festejando “um sítio sem tempo” onde a “amizade é a prenda que levamos para casa”.

Saturday, September 12, 2009

Centro Cultural Sénior abre em Outubro


O Centro Cultural Sénior (CCS), uma instituição da Diocese de Braga, inicia a sua actividades no dia 1 de Outubro nas instalações do Seminário de Nossa Senhora da Conceição — confirmou o Cónego José Paulo Abreu.

Esta “universidade sénior” — como se pode chamar— quer dinamizar actividades sociais, culturais e educacionais em regime não formal, sem fins de certificação e no contexto de aprendizagem ao longo da vida.

O CCS, adianta o Director do Museu Pio XII, foi criado para gerar interactividade com as pessoas, através de cursos, passeios, concursos e exposições, estimulando a participação das pessoas que já estão for a da vida profissional.

OS MÓDULOS DISPONÍVEIS

Esta instituição já tem abertas as inscrições até dia 25 deste mês para um curso em vários módulos sobre temas como o Evangelho de S. Lucas, história do Cristianismo, tecnologias da informação e comunicação, iniciação à fotografia e história da música.

As sessões decorrem às terças-feiras e quintas-feiras, ao princípio da tarde. Os interessados seleccionam o modulo que mais lhes convém ou interessa — explicou o Cón. José Paulo Abreu, da Comissão Instaladora do CCS, da qual fazem parte Castão Cerqueira, Irene Montenegro, Picas de Carvalho e Mário Mendonça.

A inscrição anual custa 150 euros, podendo ser paga no começo de cada semestre, subindo então para os 170 euros.

Prevenir
e combater isolamento

José Paulo Abreu acrescenta que o objectivo central do CCS consiste em promover “a formação integral dos inscritos incluindo a vertente espiritual”, bem como “oferecer um espaço organizado onde se possa conviver sã e construtivamente, num espírito de solidariedade e cooperação franca e amigável”.
Prevenir e combater o isolamento através de convívio e integração” e “proporcionar a frequência de aulas e ateliês onde as capacidades dos formandos possam ser alargadas a novas experiências, aprendendo e ensinando são outros objectivos desta Centro criado a pensar nas “pessoas que, vivendo mais, possam viver melhor”.

Primeiro semestre

No primeiro semestre, os alunos do Centro Cultural Sénior têm ao seu dispor as aulas sobre o Evangelista S. Lucas, às terças-feiras, às 14,30. Hora e meia depois, Nélson Rodrigues inicia os séniores nas Tecnologias de Informação e Comunicação.

José Paulo Abreu abre as sessões de quinta-feira, às 14,3o horas, com a História do Cristianismo, seguindo-se a Iniciação à fotografia com José Mesquita

Segundo Semestre

No segundo Semestre, D. António Couto continua a desvendar o Evangelho de S. Lucas, às terças feiras, às 14,30 horas, enquanto Nélson Rodrigues prossegue com as Tecnologias de Informação.

A quinta-feira continua a abrir com a História do Cristianismo com José Paulo Abreu e fecha com a História da Música, orientada por Madalena Duarte, até às 17,30 horas.

Tuesday, September 8, 2009

A qualidade de Braga no Mosteiro


Braga vive esta quarta-feira um dia histórico na caminhada da preservação do seu patrimônio histórico depois de décadas negras vividas especialmente no século XIX e primeira metade do século XX.

O Mosteiro de S. Martinho de Tibães, classificado como imóvel de interesse público, reabriu profundamente recuperado, num esforço do Estado que travou a degradação a que foi submetido com esteve nas mãos de privados.

Mais uma vez coube ao Estado apagar os efeitos devastadores da propriedade privada. Eu sei que custa tanto a algumas pessoas ouvir isto, mas manda a verdade dizer que a antiga Casa Mãe da Congregação Beneditina portuguesa foi objecto de uma operação integrada de restauro, recuperação e reabilitação, no valor de cerca de 3 milhões de euros.

Se esta obra envaidece os cidadãos portugueses, mais deve orgulhar os bracarenses sabendo que grande parte da obra foi desenvolvida e executada por uma empresa bracarense de construção civil e obras públicas, entre Setembro de 2006 e Dezembro de 2008.

O trabalho desenvolvido pela empresas Casais também causa engulhos a cabeças muito bem pensadoras que se comprazem em denegrir os empresários bracarenses da construção civil.

Se é verdade que esta obra se reveste de um grande valor simbólico para esta empresa que tem uma forte ligação ao Mosteiro, também é certo que o trabalho que agora pode ser admirado por todos é um excelente cartão de visita para as empresas e os empresários de Braga.

De facto, a empresa Casais tem o seu nome derivado dos caseiros das terras da Ordem Beneditina que eram apelidados de ‘casales’ uma vez que Maria, tetra avó de José da Silva Fernandes, presidente do conselho de administração da empresa, foi caseira do Mosteiro.

Foi ressuscitado antigo claustro do refeitório (destruído por um grande incêndio no final do século XIX), o noviciado, o hospício e a parte da ala Sul onde se encontram a livraria, a cozinha e alguns espaços anexos.

A recuperação dos espaços permitem ampliar o circuito de visitas, instalar um centro de informação de ordens monásticas, com uma comunidade religiosa que vai gerir uma hospedaria e um restaurante.

Braga vive amanhã um dos seus dias esplendorosos, fazendo jus ao nome de capital do Barroco.

Ignorar isso é bacoquice.

Monday, June 29, 2009

Braga: a noite meiga e bendita



Para lá da folia, acho que os galegos têm toda a razão, quando chamam ao arraial de S. João — porque eles também o vivem — a noite meiga e mágica, animada pelas sardinhas, pão de milho, a queimada (bagaceira especial), jogos para as crianças e bailes para os crescidos.

É mesmo um intervalo de meiguice e magia em mais de trezentos dias de árdua canseira para ganhar o sustento da sobrevivência de tantos. Estes momentos de meiguice e de magia fazem-nos tanta falta como o pão que tão caro nos custa todos os dias.

Os trabalhadores — enquanto classe — foram destacadamente dignificados na obra "O Capital" de Karl Marx, ao mesmo tempo que Paul Lafargue defendia "O direito à preguiça": a escravatura do ser humano acicatada pela revolução industrial só podia ser destruída pelos que lhe davam corpo: os trabalhadores.

Hoje, ainda dizemos, sem saber bem porquê, que algumas pessoas trabalham como galegos... mal sabendo que foi o sogro de Karl Marx quem definiu os nossos vizinhos como um exemplo dos devastadores efeitos que o trabalho causa no organismo das pessoas. Para Lafargue, era o intenso trabalho a que os galegos eram obrigados que os tornava feios, em contraste com a beleza de outros povos, como os alentejanos ou andaluzes, com a fama de preguiçosos ou lentos...

Os especialistas do nosso tempo, preferem tratar-nos como "workaólicos", ou seja, viciados ou alcoólicos do trabalho, apresentando como exemplo os japoneses que ocuparam o lugar do minhotos-galegos. São aqueles que trabalham no batente durante doze ou catorze horas, diárias.

Não é humor negro, mas a actual crise que , em tão poucos meses, criou dezenas de milhões de desempregados, é a melhor terapia de desintoxicação deste vício do trabalho a que os novos gestores — da liberdade do mercado e da economia livre — nos castigam.

Após alguns séculos de pregação da Igreja contra a liberdade sexual, teve que ser um papa — a quem todos colocam o rótulo de conservador —, Bento XVI, que nos veio alertar, mais uma vez, entre tantas vezes em que não ligamos patavina ao que os seus antecessores disseram, sobre o trabalho desenfreado não na cama, mas nas fábricas e oficinas.

É um papa alemão, povo que, entre outras famas e proveitos, goza a de ser um povo trabalhador, que nos vem propor um estilo de vida mais brasileiro, como seja, mais samba e menos trabalho. Bendito seja Benedictus XVI porque a sua condenação do trabalho desenfreado, incluindo os dias do Senhor, é algo extremamente ecuménico, uma vez que crentes e não crentes, judeus e muçulmanos, budistas e hindús, testemunhas de Jeová ou Metodistas, Luteranos ou Mórmones estão de acordo.

O trabalho dignifica o Homem mas quando o Homem se torna escravo do trabalho, passa a ser pecado uma vez que nos faz esquecer do que é importante na vida pessoal, familiar, social, cultural e da cidadania.

O ser humano não pode ser reduzido a braços ou carne para canhão — seja ele de guerra, de dinheiro ou da exploração —pois deve ser-lhe dada a oportunidade, isto é, tempo, para cultivar o espírito, nas suas dimensões culturais, religiosas, sociais e recreativas e desportivas tão necessárias a uma mente sã num corpo são.


Neste dia em que Braga atinge o fulgor das suas festas e da sua folia, o que o Bendito Bento XVI nos veio dizer, com toda a solenidade, é que o trabalho em demasia não só se torna prejudicial para o corpo como danifica a alma: o trabalho é como o bom vinho. É bom em dose moderada, mas em dose exagerada tolda o espírito do ser humano e faz dele um animal (de carga).

É caso para dizer que não há mal que venha por bem mas não há bem que nunca acabe: o trabalho começa a ser um milagre nos tempos que correm.

O S. João é uma noite meiga, mágica e bendita... palavra de Benedictus XVI.

Panoias: estacionamento enriquece o adro




Com cerca de quatrocentas famílias, a paróquia de Panoias está em festa hoje com a celebração da comunhão solene para treze crianças, num dos momentos altos da vida ao longo do ano pastoral assinalado recentemente também pela visita que o Bispo auxiliar de Braga fez a esta comunidade.

Ainda com as marcas da acção evangelizadora e promotora da dignidade humana que foi desenvolvida pelo Padre Mesquita, através da sua "universidade", Panoias também deixou de ser uma freguesia que ficava "fora de mão" para quem circulava nas principais vias do concelho de Braga embora se debata hoje com a escassez de terrenos para a construção de habitações para fixar os mais jovens. Não é esta a única razão, mas a diminuição de casamentos e de baptismos em Panoias nos últimos sete anos é também um testemunho desta situação que traduz um empobrecimento da comunidade que coloca em causa o seu crescimento.

O padre José Figueiredo dá-se conta de "um êxodo grande dos mais novos porque não se constroem casas novas" o que ajuda a explicar que. por exemplo, dos 23 baptismos celebrados em 2001 haja uma queda para oito baptismos em 2007. Esta queda não tem paralelo com o que se passa em outras freguesias onde o padre José Figueiredo de Sousa presta serviço, onde o ritmo se mantém, como é o caso de Parada de Tibães.

Pelo seu território ainda se vislumbram algumas quintas agrícolas, mas grande parte da agricultura que ainda se faz é de simples sobrevivência, até porque a maioria da sua população ganha o pão através do trabalho nas empresas têxteis, em pequenas empresas e nos serviços municipais e públicos.




A sua sala de visitas, ou seja o adro da Igreja, vai entrar em obras que profunda remodelação, aproveitando a cedência de uma parte do passal da paróquia para espaço de estacionamento, que está já em execução, num projecto desenvolvido pela Junta de Freguesia e Câmara Municipal.

Depois do parque de estacionamento, com pequenos espaços para jardim, será feito o arranjo urbanístico do adro, aproveitando a oportunidade das obras para ampliar o cemitério. Trata-se de um investimento público que a comunidade paroquial merece depois do que fez até agora para ampliar a Igreja matriz, em 2002, renová-la nos telhados da nave principal e colocando um tecto novo. No ano de 2006 foi colocado um soalho novo e reconstruído o coro alindado com um novo pára-vento que transformou a Igreja "num templo aconchegado e acolhedor".
Pela frente, a comunidade panoiense tem agora a tarefa de cuidar da talha dos altares, quer o altar-mor quer os laterais, de modo a salvaguardar aquela riqueza existente.

O património da comunidade inclui ainda a residência paroquial transformada para acolher salas para a catequese, uma pequena biblioteca doada pelo padre Mesquita, permitindo algumas condições para as aulas de catequese e instalação do cartório paroquial, além de uma pequeno salão.

A catequese envolve 150 crianças que frequentam os dez anos do catecismo, sob orientação de 17 catequistas. A estas coloca-se o desafio da formação pedagógica e doutrinária para que consigam responder às dúvidas e perguntas que as crianças fazem.

A catequese é agora uma tarefa muito exigente para os catequistas cujas crianças vêm da Escola em contraponto de valores e ensinamentos, ou seja, "os valores da escola não coincidem com os do Evangelho e aos catequistas é-lhes pedido (ou exigido?) capacidade para saberem dar as respostas a este conflito de valores e de conceitos" — refere o padre José Figueiredo que serve esta comunidade há quase três anos.

Para isso, os catequistas têm de dedicar mais tempo à preparação da catequese, ser dotados de ferramentas pedagógicas e segurança bíblica, o que se torna difícil para uma grande maioria, por falta de tempo para frequentarem acções de formação e preparação. As pessoas têm hoje as suas vidas muito ocupadas e não sobra tempo para a preparação e acções de formação.

Durante a catequese, as crianças têm uma celebração Eucarística para elas, aos sábados, às 18 horas, culminando a tarde de catequese para os mais novos, uma vez que os mais crescidos têm catequese às sextas-feiras ao fim do dia. A Missa permite também introduzir e familiarizar as crianças com a Liturgia, uma vez que são elas quem faz as leituras.

Para os mais novos, existe em Panoias um grupo de jovens que prepara a Via-Sacra na Terça-feira da Semana Santa, a partir da Legião de Maria, com adolescentes e jovens, que não está enquadrado em qualquer movimento de jovens. O padre José Figueiredo de Sousa recorda a tentativa de avançar com um "grupo mais estruturado nos Jovens em Caminhada mas a adesão não foi estimulante para continuar", mesmo com o apoio de um grupo de Jovens de Padim da Graça. Em tempos que lá vão existiu na paróquia um Grupo Coral de Jovens que também acabou, o mesmo se dizendo do Agrupamento de Escuteiros do tempo do padre Mesquita.

As celebrações dominicais são animadas pelo Grupo Coral, com cerca de 30 elementos, apesar não ter organista próximo. O organista vem da freguesia de Dume mas não pode estar nas celebrações todas nem dar apoio às Missas das Catequese.

No que se refere a Confrarias, Panoias possui a Confraria do Santíssimo Sacramento, da Senhora da Purificação e da Senhora dos Aflitos. A Confraria da Senhora da Purificação celebra a festa no dia 2 de Fevereiro, mas a devoção mais dinamizada em Panoias é a S. Vicente no último Domingo de Janeiro, com Missa Solene e pregação à tarde.

A padroeira de Panoias é a Senhora da Assunção, a 15 de Agosto, e constitui a grande festa da paróquia, destacando-se a Procissão da tarde com muitos andores e muitos figurados, a qual, saindo da Igreja, percorre várias ruas da freguesia (Escola, Pontezinha, Boucinha, Souto) e regressa à Igreja, acompanhada de banda de música, com ranchos. A festa é preparada ao longo do ano coma realização de bazares para angariar receitas.

A festa tem um momento alto no dia 14, com Procissão de Velas e arraial nocturno que vai pela noite dentro. "É uma festa muito participada" - reconhece o padre José Figueiredo.

O presépio movimentado de Natal deixou de ter condições espaciais para ser feito e foi um projecto abandonado mas a Páscoa continua a ser celebrada com o compasso de três cruzes que fazem, nas calmas, a visita pascal, dada a concentração de habitações e planura da paróquia.

Em Panoias, mas mais ligada à Junta de Freguesia, existe uma Associação de Reformados que organiza algumas festas e passeios, bem como convívios, para os quais o pároco é convidado e participa sempre que pode.

No entanto, o destaque vai para um grupo de oração que se reúne às sextas-feiras para rezar, reflectir e ler as Escrituras, bem como adorar o Santíssimo sacramento. O padre José Figueiredo de Sousa destaca o carinho das senhoras que, num gesto voluntário permanente, cuidam do embelezamento e limpeza da Igreja Paroquial, todos os sábados de manhã e"fazem-nos muito bem".


UM CRUZEIRO NUM MARCO

. O Cruzeiro de Panóias é quase único: a cruz encaixa-se num pedaço de um marco miliário, para ali levado há muitas décadas. Existe outro semelhante em Terras de Bouro, na freguesia de S. João do Campo.

O povo ainda falava de um monumento pré-histórico, alusivo às divindades da fecundidade mas quando alguém conseguiu decifrar as letras que a pedra tem inscritas em relevo, ficaram dissipadas as dúvidas: é um pedaço de um marco miliário que talvez tenha sido trazido da estrada romana de Braga em direcção a Prado até Astorga, que passava em S. Paio de Merelim.

Foi Albano Belino quem conseguiu ler o que diz no marco miliário, plantado ao contrário, aguçado em cima para destacar mais a cruz. Lá está escrito: DD NN VALENTINIANO E VALENTI FORTISSIMIS PRINCIPIBUS SEMP AUGUSTUS. Esta é a inscrição mais recente porque a mais antiga, do tempo do imperador Tibério, reza o seguinte: VIII CONSUL, V, TRIB, POTEST, XXXIV BRACARAUG.

Tuesday, June 23, 2009

Palmeira, Dume e S. Vicente querem novo pólo pastoral




D. Jorge Ortiga encerrou o programa de visitas pastorais às paróquias do concelho de Braga, em Palmeira, com uma celebração solene do sacramento da Confirmação para vinte e cinco jovens e cinco adultos, culminando uma presença que se iniciou sexta-feira com a Assembleia paroquial. Palmeira foi a primeira paróquia — há 40 anos — a fazer o compasso pascal, apenas com leigos.

O Arcebispo primaz contactou com uma comunidade bipolar — marcada pelas celebrações litúrgicas na Igreja paroquial e na Capela de S. Estêvão no lugar da Póvoa — marcada pela entrada de famílias novas para as urbanizações que vão nascendo nesta freguesia dos arredores de Braga.

A característica bipolar faz com que grande parte das pessoas do pólo da Póvoa apenas se deslocam á Igreja matriz nos baptizados ou nos funerais, uma vez que os restantes momentos da vida religiosa se desenrolam e celebram na capela de S.Estêvão.



O Padre Manuel Graça Oliveira serve Palmeira desde há pouco mais de ano e meio mas já reconhece algumas características desta comunidade onde escasseia ainda o espírito de corpo: "Isto não é negativo, mas as pessoas não têm um grande sentido de comunidade e necessidade de compromisso com a paróquia. Vão à missa a várias igrejas da cidade de Braga e por isso não há grande sentido de pertença. Aquele sentimento de afirmar "esta é a minha paróquia" ainda não existe. Porque existe muita mobilidade e há famílias novas que não eram de cá e mantêm as ligações à sua terra".

Como forma de contrariar esta característica, ganha contornos a ideia de criação ou construção de um novo centro religioso, perto do estádio novo de Braga, uma vez que as Igrejas paroquiais de S. Vicente, de Palmeira e de Dume ficam distantes.

Apesar destas características, as gentes de Palmeira têm dado provas da sua dedicação à paróquia de que é testemunho o novo Centro Comunitário pastoral, um equipamento que dotou a comunidade de espaços dignos para as actividades pastorais e sedes para os movimentos juvenis. Os compromissos assumidos com os bancos para financiar a construção estão resolvidos e restam agora pequenos compromissos com empresas privadas.



A paróquia, além do Centro Comunitário tem como património o Centro de Catequese, ao lado do cemitério, a Igreja paroquial (construída já no século XX, a partir da setecentista capela de S. Sebastião quando a antiga Igreja paroquial — no lugar de Assento — foi demolida) e as capelas do Senhor dos Milagres e de S. Estêvão, no lugar da Póvoa.

A prioridade da comunidade paroquial está agora em fazer alguns melhoramentos no telhado e na torre da Igreja paroquial, mas só depois de liquidadas as contas pendentes do Centro Comunitário. O Centro Comunitário acolhe espaços para as actividades pastorais, sede do Corpo Nacional de Escutas, salas para reuniões, auditórios e residência comunitária de sacerdotes

Com cerca de 1200 famílias que acedem à vida comunitária através de um jornal mensal — "Notícias de Palmeira —, Palmeira possui dois pólos de catequese, um na Igreja Paroquial e outro no pólo da Póvoa, em torno da capela de S. Estêvão, totalizando mais de 330 crianças. O pólo de catequese da Igreja tem 277 crianças e o da Póvoa que goza de certa autonomia tem meia centena de crianças, onde são seguidos os dez catecismos sob coordenação de 32 catequistas, de vários escalões etários, um número escasso para as necessidades.

"Faltam catequistas pois alguns grupos são muito grandes e mais formação" — admite o padre Manuel Graça Oliveira dando o exemplo da formação para a Primeira Comunhão, com 49 crianças e apenas quatro catequistas.

No que se refere à juventude, a paróquia de Palmeira possui um grupo de jovens que resulta do grupo que foi crismado no ano passado e "tem sido o motor de animação da liturgia da Missa dos sábados, alem de possuir uma forte componente de voluntariado que presta serviço no Banco Alimentar contra a Fome". Além disso, desenvolvem outras actividades.

O grande motor de unidade da juventude em torno da comunidade é constituído pelos 84 jovens que formam o agrupamento do Corpo Nacional de Escutas (CNE) que "trabalha muito bem e está bem estruturado" — sublinha o pároco de Palmeira que destaca as quatro secções que cobrem a paróquia toda.

Os mais crescidos têm o apoio da Legião de Maria, com dois pólos, um à volta da Igreja e outro na Póvoa. Este movimento de espiritualidade mariana tem uma componente sócio-caritativa através da distribuição de alimentos a agregados familiares carenciados, mediante um levantamento feito pela Junta de Freguesia e com apoio do Banco Alimentar contra a Fome. A Legião de Maria tem cerca de vinte militantes.

Se é verdade que as confrarias já não têm o dinamismo de outros tempos, Palmeira mantém ainda as irmandades do Santíssimo Sacramento, de S. Sebastião, Nossa Senhora de Fátima e Nossa senhora da Purificação (padroeira da paróquia). Por agora, vão cumprimento as obrigações estatutárias.

As celebrações litúrgicas são animadas por dois grupos corais. O Grupo Coral da paróquia, dirigido pelo Padre Sebastião Faria, "canta muito bem, com vozes bem trabalhadas e possui cerca de 40 elementos" que animam as Eucaristias em dois domingos por mês. O Grupo juvenil, dirigido e ensaiado pela Professora Mónica, é constituído por trinta elementos e anima uma Eucaristia dominical por mês.

Interessante é a festa de Natal no Domingo de Reis proporcionada pelos dois grupos que aliam a grande música sacra à música popular tradicional de sabor religioso, que são cultivadas ao longo do ano para ser mostrada e preservada nesta festividade. Nos últimos, anos, estes grupos corais mantêm um concerto de música clássica, na quadra da Páscoa, com grupos vindos de fora, como foi este ano com a participação da Capella Bracarensis e da Orquestra Sinfonieta de Braga.

No capitulo das festas, a paróquia de Palmeira vive com intensidade os festejos em honra do Senhor do Rio, com arraial popular no segundo Domingo de Maio, na capela do senhor dos Milagres, o mesmo acontecendo com a festa do Senhor da Saúde, na Póvoa, no segundo Domingo de Agosto. A Póvoa acolhe também em 26 de Dezembro a festa em honra de Santo Estêvão, titular da capela ali existente. Na Igreja Matriz, com celebrações religiosas, é assinalada a festa da padroeira, no dia 2 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora da Purificação cuja imagem, no altar-mor, do artista Fânzeres, é lindíssima.



O mês de Maio é vivido com grande intensidade, quer na Igreja matriz quer nas duas capelas (Da Póvoa e do Senhor dos Milagres ou do Rio), encerrando com uma procissão de velas entre a Capela do senhor do Rio e a Igreja matriz.

Palmeira foi a primeira freguesia de Braga — há 40 anos, ao tempo do padre José Maria Vieira da Costa — a fazer o compasso pascal com leigos. Hoje são oito as cruzes ou compassos que percorrem a freguesia, com a particularidade de grande parte dos mordomos serem proprietários da Cruz que visita as casas. O mordomo traz a Cruz à Igreja para a bênção. É-lhe entregue no dia seguinte e durante o ano fica em sua casa.

O padre Manuel Graça Oliveira é o director de um jornal de informação e documentação, através do qual procura criar um espírito de comunidade maior. Com quatro páginas o "Notícias de Palmeira", com fotos a cores, dá conta do que mais importante acontece na vida da comunidade, desde os baptismos, funerais, desporto, actividades das associações existentes na freguesia,políticas, civis e religiosas, bem como uma rubrica sobre o passado da história da freguesia.

Aliás, a Junta de Freguesia apelou a todos os residentes que possuam contributos para que os cedam de forma a elaborar uma monografia desta freguesia.

Braga: sardinhada "puxa a brasa" ao novo Centro Social de Crespos



A paróquia de Santa Eulália de Crespos, nas margens do Cavado, concentra todos os seus esforços na conclusão do Centro Social dinamizando iniciativas de angariação de verbas, depois de realizadas as festas das comunhões e encerramento da catequese. Agora, o momento alto que vai agitar a comunidade residente e emigrante é uma sardinhada no primeiro Domingo de Agosto, como mais uma etapa para conseguir reunir oitenta mil euros que faltam para pagar as obras em curso.

Esta fase das obras constitui também uma das dores de cabeça do padre Luís Miguel Pereira que é o pároco desta comunidade com cerca de 350 famílias que se vivem em boa parte do campo, do trabalho nas indústrias e nos serviços na cidade e dá sinais de crescimento, a avaliar pelo número de crianças baptizadas.

Numa freguesia onde não se nota grande pressão do desemprego, uma vez que as empresas que a circundam se têm aguentado, o pároco nota que "os jovens que procuram o primeiro emprego são quem tem mais dificuldades. A crise não passou ao nosso lado mas não podemos dizer que seja um panorama dramático" e existe uma certa diversificação no trabalho que as famílias procuram.

"É uma paróquia que está a crescer, com as novas urbanizações, fixando os seus jovens, a natalidade em crescendo e com cerca de cem crianças na catequese" - destaca o pároco que quer ver entrar em funcionamento o centro social até ao fim deste ano.

"O Centro Social concentra agora as nossas energias e a obra está a ir bastante bem. No começo de Agosto vamos realizar uma sardinhada com os nossos emigrantes" que podem ver já a obra no site que o Centro Social possui na Net (www.centrosocialcrespos.com). Em Dezembro estará a funcionar e esperamos que a cozinha seja instalada em Setembro ou Outubro porque estamos já na instalação das especialidades de energia, gás, pichelaria e a cobertura está concluída.

Na próxima semana começam os trabalhos de alvenaria e esperamos que a Câmara Municipal vai comparticipar os arranjos exteriores. "Até fim de Agosto fica tudo pronto no que se refere à instalação das especialidades" — diz-nos o padre Luís Miguel Pereira.



A actividade pastoral propriamente dita começa com uma catequese estruturada nos dez catecismos para as cem crianças orientadas por onze catequistas cuja actividade culminou há agumas semanas com a celebração da Primeira Comuunhão para doze crianças e a comunhão solene para oito, para além de um passeio às terras de Basto.

Na recente visita pastoral, em 10 de Maio, foram crismados onze jovens. A catequese foi animada ao longo do ano com as iniciativas desenvolvidas no âmbito da zona pastoral, com celebração do início do ano, uma Quaresma pautada por S. Paulo com a sua mensagem e as viagens missionárias e a as celebrações do Dia do Pai e da Mãe em que as crianças brindaram os seus progenitores com pequenas lembranças executadas na catequese.

Poderoso é o Grupo de Escuteiros com os seus 60 adolescentes e jovens que participa nas iniciativas e celebrações da paróquia, como são o mês de Maio, a peregrinação ao Sameiro, a animação musical de uma eucaristia mensal, o encerramento do compasso pascal, a reza do Terço em Maio, por secções, e procissão final, a realização da Via-Sacra em Sexta-feira santa (entre a Igreja e a Capela do Enchido), para além de um "grupo coral jeitoso" — destaca o padre Luís Miguel.

No que se refere a grupos corais, a paróquia de Crespos possui o Coro adulto, com cerca de 20 elementos ensaiado pelo artífice de arte sacra João que se prepara para a realização do seu convívio anual, em Julho — que anima as Eucaristias de Domingo, e também um Grupo Juvenil, com cerca de trinta vozes, ensaiado pela coordenadora da catequese, Elisabete, que anima três Eucaristias mensais, aos sábados. É um grupo formado a partir das crianças da Catequese.

Os adultos participam na vida e actividades das quatro Confrarias existentes em Crespos, a começar pela Confraria das Almas, com o seu jubileu no quarto Domingo de Novembro (com confissões, Eucaristia e canto de laudes), prosseguindo com a de Nossa Senhora do Rosário, com a sua festa em Outubro e apoio à reza do terço no mês de Maio.

A Confraria do Santíssimo Sacramento responsabiliza~-se pela organização do Lausperene, em Abril, bem como dinamiza a Procissão de Passos, de dois em dois anos, no quinto domingo da Quaresma. Esta procissão realizava-se de quatro em quatro anos antigamente. Sai da Igreja e percorre diversos lugares da Freguesia onde são instalados quadros da Via-Sacra, com encenação da Paixão, anúncios da Verónica, Sermão do Encontro junto à Capela de Santo Amaro e regressa á Igreja paroquial. É um momento de grande participação da comunidade e o padre Luís Pereira não esquece uma palavra de especial apreço para as zeladoras no arranjo, ornamentação e limpeza da igreja paroquial e dos objectos de culto pois "são muito cuidadosas e dedicadas".

Finalmente, a Confraria dos Passos que tem a sede na Capela do Padrão (a precisar de restauro dadas as infiltrações de humidade), unto à estrada nacional.

O S. Amaro constitui o ex-libris festivo da paróquia de Crespos, numa acção do Conselho Económico que decorre em 15 de Janeiro e no fim-de-semana a seguir, envolvendo duas capelas, a de S. Amaro novo e a de S. Amaro velho, em que "o povo anda de uma capela para a outra, venerando assim o discípulo de S. Bento (Amaro novo) e o abade de França (Amaro velho). A Capela de S. Amaro novo foi construída com as pedras da Capela de S. Miguel-o-Anjo, nas margens do Cávado e pertence à paróquia, ao passo que a Capela de S. Amaro velho é particular.

Festa importante é a da padroeira, a mártir Santa Eulália, celebrada no terceiro Domingo de Agosto, com arraial popular e lembrada no seu dia litúrgico, a 10 de Dezembro, com Missa solenizada.

No que se refere a tradições religiosas, o compasso realiza-se com três cruzes em que os mordomos se oferecem para esta tarefa — existem candidatos para os próximos anos — e recebem a Cruz no dia do pentecostes. No fim do dia, as cruzes recolhem junto à Capela do Padrão e seguem em procissão até à Igreja paroquial, onde é celebrada missa festiva.

No que se refere ao património da Paróquia, além da Igreja paroquial, bem conservada, a comunidade possui as Capelas de S. Amaro (novo) e do padrão, uma residência paroquial, cujo rés-do-chão é aproveitado para salas de catequese e um salão onde são desenvolvidas reuniões e actividades culturais (podendo projectar filmes). No que se refere a investimentos, neste momento, a comunidade concentra todo o seu esforço de partilha no Centro social.

Wednesday, June 10, 2009

Braga: Teatro combate indiferença



O oposto do amor não é nenhum ódio, é a indiferença. O oposto de arte não é o feio, é a indiferença. O oposto de fé não é nenhuma heresia, é a indiferença. E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença.

Estas palavras de Elie Wiesel  um judeu romeno e sobrevivente dos campos de concentração nazis, a que o Comité norueguês do Nobel da Paz chamou-o de "mensageiro para a humanidade”, aplicam-se perfeitamente ao Grupo de Teatro S. João Bosco.

 Este grupo é constituído por seminaristas, e está a encenar a peça «Paulo de Tarso». Esta exibição decorre no auditório do Seminário Nossa Senhora da Conceição, em Braga – hoje, amanhã e sábado pelas 21h30 e no Domingo pelas 15h30, com entrada livre.

«Paulo de Tarso» é uma obra dramática, composta por uma forte dinâmica musical e multimédia, e representa o primeiro trabalho inteiramente original e inédito deste Grupo de Teatro São João Bosco.

Conversão, discurso no Areópago, Paulo na prisão, encontro com Lídia e viagem para Roma são alguns dos momentos representados com a apresentação da peça intercalada por cerca de 20 músicas originais. 

Eis um projecto que — decorridos mais de 40 anos desde a fundação deste grupo de teatro e em pleno ano da comemoração bimilenar do nascimento de São Paulo — constitui um passo em frente na qualidade do trabalho desta equipa de jovens, sempre ao serviço da animação cultural.

Este trabalho cênico, para além da qualidade garantida por tantos anos de trabalho, mostra uma faceta linda do Grupo de Teatro São João Bosco.

A APPACDM —Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental — é a destinatária dos os donativos que o grupo receber deste espectáculo. 

Para cooperarem com a APPACDM, os espectadores podem adquirir a gravação da peça, por um preço simbólico de partilha fraterna e de amizade.

A solidariedade é o sentimento que melhor exprime o respeito pela dignidade humana e os elementos do Grupo de Teatro S. João Bosco cumprem à risca este preceito de Franz Kafka se os espectadores não forem indiferentes à partilha.

Saturday, May 30, 2009

S. Martinho de Tibães: o esplendor de uma comunidade cristã




O bispo auxiliar de Braga afirmou hoje, em Mire de Tibães, que o afastamento dos jovens da Igreja é da responsabilidade dos adultos que têm sido "incapazes de transmitir a beleza e o amor do cristianismo" aos mais novos. D. António Couto respondia a uma pergunta dos adolescentes da catequese, durante um encontro que teve com eles antes de encerrar a visita pastoral a S. Martinho de Mire de Tibães onde administrou o sacramento da Confirmação a 42 jovens.

Destes jovens, 24 pertencem à paróquia de Mire de Tibães, e os restantes fizeram uma caminhada específica em cinco paróquias vizinhas (Padim da Graça, Merelim (S. Pedro e S. Paio), Panoias e Parada de Tibães.

Esta Comunidade paroquial mostrou ontem todo o seu carinho e amor ao construir um tapete colorido entre o Cruzeiro e a Igreja do Mosteiro de Tibães — com toda a sumptuosidade da sua talha barroca — para receber o bispo auxiliar de Braga no encerramento da visita pastoral iniciada na sexta-feira com o encontro dos idosos e doentes e a realização da Assembleia paroquial.

À porta principal do templo estava — desenhado com grãos de arroz e de milho — a pomba que simboliza o Espírito Santo, tendo o cortejo envolvido as forças vivas da paróquia, desde as confrarias aos escuteiros, enquanto o Grupo coral esperava dentro da Igreja para iniciar o Cântico de Entrada para a celebração do Pentecostes.


Antes da Celebração solene da Eucaristia, D. António Couto esteve primeiro com os mais novos da Catequese onde satisfez a curiosidade dos miúdos que lhe fizeram perguntas sobre a sua vida e o que significava a "bola" — flor de amendoeira — que tinha na cruz peitoral e como escolheu esta vida de Bispo. O Bispo explicou que a amendoeira é a única planta que floresce no Inverno e constitui um símbolo da esperança, essa "menininha que tem sempre e só nove anos", citando um teólogo francês.

No segundo encontro da tarde, com os mais crescidos, as perguntas foram mais profundas, depois de D. António Couto os ter desafiado a "abrir caminhos novos para este mundo velho" através da "capacidade de não concordar" com a imagem de uma Igreja antiquada que é transmitida pela comunicação social ou na escola.

Quase no fim da sessão de perguntas, um dos jovens perguntou a D. António qual a explicação para os jovens se afastarem da Igreja. O bispo auxiliar de Braga respondeu com uma história da sua vida, quando se encontrou com um casal judeu e este lhe dizia: "se um dia os meus filhos não seguirem a minha religião (judeísmo), a culpa não é deles, é da nossa incapacidade em lhes transmitirmos a beleza da nossa religião".


temos sido incapazes de transmitir aos jovens a beleza e o amor da nossa religião e de Cristo. O nosso testemunho falha". Nesse sentido, o prelado desafiou os jovens a perderem o "medo de arriscar a vida por um amor verdadeiro. Tudo o que for feito por amor verdadeiro vale a pena fazer", dando os exemplos de Cristo, S. Bento, S. Francisco Xavier ou Madre Teresa de Calcutá.

Depois de apontar estes exemplos, D. António Couto desafiou os adolescentes que o ouviam a que "
não tenhais medo de empenhar a vossa vida, para não ficar de braços cruzados ou ficar à espera que alguém faça".

ORGULHOSA
DA SUA
HISTÓRIA


D. António Couto foi acolhido por uma comunidade "
orgulhosa da sua História" — como destaca o padre Luís Gonzaga, uma vez que "o Mosteiro marca sua identidade" e sabe "conjugar a história da vida monástica com uma vivência eclesial com esta dimensão artística".

Aliás, foi nesse sentido o apelo deixado na sexta~feira à noite, na Assembleia paroquial, por D. António Couto: "
fazer todas as coisas com simplicidade e profundidade", a começar numa maior participação dos pais nas actividades da catequese frequentada por 250 crianças, orientadas por 17 catequistas.

"
A catequese, diz o pároco, é a menor parte da formação religiosa pois a participação dos pais é o caminho necessário para aprofundar a iniciação à vida cristã". Daí que os pais sejam convidados a participar em reuniões trimestrais porque é "importante para as crianças saber que os pais também estão em formação".

A Catequese é feita às sextas-feiras e aos sábados, em dois pólos, no Mosteiro e nas salas existentes na Capela da Senhora do Ó. A diferenciação de horários permite que, sendo insuficientes, as salas permitam dar resposta às necessidades.
Para os adolescentes e jovens, a Comunidade dispõe de um agrupamento de Escuteiros — CNE — com várias décadas de existência e cerca de 40 elementos, cuja sede é nas instalações da Casa do Povo — ao fundo da recta para Ruães.



DOS JOVENS
À J. O. C.


Outra força da juventude é o Grupo de Jovens, fundado há 22 anos, com 17 elementos, reforçado com um grupo da Juventude Operária Católica (JOC) para mais crescidos, com mais de meia dúzia de militantes e uma dúzia na fase de iniciação, desde há dois anos, numa comunidade onde ainda existem também militantes da LOC.

Também a pastoral familiar tem uma alavanca visível, através de meia dúzia de casais. Tudo começou com um Curso de Preparação para o matrimónio e a actividade prolonga-se agora no trabalho de preparação para o Baptismo.

Dois grupos corais animam as celebrações litúrgicas, um na Igreja do Mosteiro e outro na Capela da senhora do Ó. O da Igreja tem muita tradição, animada pelas 35 vozes, com ensaios regulares nas noites de sexta-feira e o segundo é mais pequeno, ensaia às quintas-feiras e é constituído por vinte vozes.

S. Martinho de Mire de Tibães é uma comunidade participativa como se nota nas festas que celebra ao longo do ano, a começar na de Nossa Senhora do Ó, no primeiro domingo de Maio. Mas quem não conhece a festa do Cerco, a S. Sebastião, no primeiro domingo de Agosto, ou então a festa da Senhora da Cabeça, no alto do Monte de S. Filipe, no segundo Domingo de Julho, que atraem romeiros das freguesias vizinhas?



A CRUZ
DAS FAMÍLIAS
É ALEGRIA
PASCAL


O presépio movimentado é o coração da festa do Natal que os jovens de Mire de Tibães vivem com enorme empenho e dedicação que atrai milhares de pessoas a Tibães naquela quadra cuja alegria festiva se equipara também ao Tríduo pascal a "crescer e a afirmar-se como momento importante da vida da Comunidade" — reconhece o Padre Luis Gonzaga.

Outro momento de grande fôlego é a entrega da cruz pascal, no primeiro domingo de Fevereiro, ás cinco famílias que vão organizar o compasso da visita pascal. É uma tradição bem bonita. Seguindo o livro de assento dos matrimónios, — vai nos anos de 1977 ou 1978 — são escolhidos os cinco casais que ficam com a Cruz. Boa parte aceita, a não ser por razões válidas como estar de luto oupor dificuldades económicas, mas vivem a entrega da Cruz como acontecimento familiar de grande importância porque permite o reencontro da família ou até fazer a festa que não foi possível fazer no dia do Casamento. É uma tradição muito comprometedora e com muita vida" — diz o nosso interlocutor.

Outro momento festivo é o dia do Padroeiro — S. Martinho — celebrado em parceria com o Mosteiro e com a Junta de Freguesia, marcado sempre por um "momento cultural de grande relevo e muito forte" como se pode ver pelos concertos que ali se têm realizado. Nos últimos anos, um deles foi o Réquiem de Mozart.

No capítulo das Confrarias, a mais antiga é a Da senhora do Rosário e mais recente é a da Senhora do Ó que coexistem com uma associação de fiéis de Nossa senhora da cabeça que zela e cuida da capela de S. Filipe e dinamiza a celebração de uma eucaristia no último domingo do mês.



MULHERES
MOVIMENTAM-SE


A acção social está confiada a esse extraordinário empenho das Mulheres em Movimento — projecto que nasceu em 2001 para cuidar dos idosos e se lançou na construção do Centro Social Paroquial, apoiado pelo programa PARES, em fase de conclusão e deve entrar em funcionamento no último trimestre deste ano, como lar para 15 idosos, centro de dia para 30 pessoas e apoio domiciliário a mais trinta idosos. Além do trabalho, "Mulheres em movimento" despertou a comunidade paroquial para a unidade de esforços e participação, empenhando as pessoas na angariação de fundos e mobilizando as 800 famílias para o sorteio que se realiza em Agosto.

O padre Luís Gonzaga reconhece que existe alguma urgência de obras apenas na Capela de Nossa senhora do Ó, especialmente o "seu retábulo, com uma degradação muito grande e começa a ser uma urgência o seu restauro".

O pároco elogia o relacionamento com o Mosteiro pois "estamos profundamente implicados, em autonomia e em colaboração muito grande, desde a Direcção até aos funcionários que vivem o Mosteiro como ponto aglomerador da identidade desta comunidade".