Saturday, December 18, 2010
Solidários mesmo sem "Magalhães" e cheque dentista
Os alunos do pré-primário, primeiro, segundo e terceiro ciclos do Colégio D. Diogo de Sousa entregaram à Caritas de Braga mais de sete toneladas de alimentos.
Este é o “fantástico mas não surpreendente” resultado de uma campanha da comunidade educativa nas últimas três semanas, conforme assegurou o director daquela escola católica.
Os alunos do ensino secundário participaram numa campanha diferente, a favor da Fundação João XXII, para uma campanha oftalmológica na Guine-Bissau, com 1522 euros.
O padre Cândido Azevedo Sá destacou, na primeira campanha, os 600 litros de azeite e os 400 quilos de bacalhau que foram doados pelos alunos mais novos, para alem de 2.220 litros de leite, 1200 quilos de arroz e cereais, sem esquecer as conservas e enlatados.
Num auditório grande que se tem manifestado pequeno para as festas de Natal que decorreram esta semana, à tarde e à noite, o director do Colégio agradeceu a “extrema solidariedade dos alunos que não nos surpreende porque já sabemos quem temos mas que foi fantástica pelo volume que atingiu”.
O padre Cândido Sá revelou que o Colégio D. Diogo de Sousa está à disposição da Caritas para desenvolver outras campanhas se for necessário, ao longo do ano lectivo, tendo em conta o que “nos espera nos próximos tempos em Portugal”.
Nuno Santos, da direcção da Caritas de Braga, enalteceu “a generosidade dos alunos e dos seus pais e o empenho e trabalho realizados pelo Colégio”.
“Já estamos a fazer a distribuição daquilo que vós oferecesteis por 60 famílias” — anunciou Nuno Santos revelando que o atendimento diário passou de 50 famílias, em 2009, para 110 por mês durante este ano.
A Campanha da Fundação João XXIII, na Guiné Bissau destina-se a material para operações aos olhos a 50 pessoas, em Ondame, a fazer por médicos e enfermeiros voluntários.
Quem não tem Magalhães
já está habituado...
Sobre as restrições que o Governo vai colocar ao ensino privado, o padre Cândido Azevedo e Sá mostrou-se preocupado mas não inquieto.
“Preocupado porque é uma visão política que viola a liberdade de ensino consagrada na constituição portuguesa” e pouco inquieto porque esta escola não é muito prejudicada.
Exceptuando uns 300 dos 1700 alunos que podem ser atingidos, o director do Colégio D. Diogo de Sousa já está habituado a esta marginalização: “os nossos estudantes nunca tiveram direito ao Magalhães ou ao cheque dentista, embora os pais deles paguem impostos como os outros estudantes. A nossa escola nunca teve acesso a qualquer apoio do Estado para o plano tecnológico (como quadros interactivos, etc)”.
Acresce que a lista de espera anual é de 400 alunos que ficam de fora, porque apenas “são admitidas três turmas novas em cada ano”, no pré-escolar e uma turma nos outros ciclos.
“Estamos em alerta por solidariedade porque o Governo quer eliminar a estrutura u estatuto jurídico do ensino privado que fica dependente da boa vontade ou não deste ou daquele Governo” — prosseguiu o Padre Cândido Sá.
“Preocupa-me como cidadão porque a OCDE diz que um aluno na escola pública custa 5200 euros, nas escolas privadas dizem que custa 4.200 euros e um aluno do secundário no Colégio D. Diogo de Sousa custa aos pais 2500 euros por ano” — acrescentou o director desta escola.
“Inquieta-me como cidadão porque o Estado altera as regras a meio do ano lectivo e porque os pais pagam duas vezes (nos impostos e aqui) e se os 1700 alunos não estivessem aqui ficavam mais caros no Estado” — concluiu o padre Cândido Sá.
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O grupo de voluntários que parte para a Guiné-Bissau no dia 14-01-2011 será testemunho e mensageiro da solidariedade ensinada, aprendida e praticada pelos jovens alunos e seus responsáveis pedagógicos do Colégio D. Diogo de Sousa. O valor entregue será exclusivamente utilizado em materiais médicos e cirúrgicos em prol de pessoas que vivem numa pobreza extrema. Traremos por certo na bagagem o seu sorriso agradecido depois de terem algum sofrimento minorado. A partir de agora esta missão humanitária é também vossa. Ver mais no Facebook em Solidariedade Guiné. Faz-te amigo!
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