Monday, November 29, 2010
Cabreira: a vida difícil em "Meias de Vidro"
A Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial e Industrial de Braga acolheu sábado à tarde a sessão de lançamento do primeiro romance de Avelino Barroso, ‘Meias de Vidro’, pré-publicado em fascículos no ‘Correio do Minho’.
Trata-se de um romance que desenvolve uma das histórias publicadas nos ‘Contos da vida rural’’, o segundo livro do autor depois de ‘As tílias também de abatem’, conjunto de crónicas publicadas em jornais de Braga.
Isabel Garcia, em nome da Editora Minerva, de Coimbra, que está a celebrar 25 anos, descreveu o livro como “sublime que se lê num fôlego”, e constitui um “repositório da cultura de uma época, com vivências impensáveis para os jovens de hoje”. A editora caracterizou Avelino Barroso como um “exemplo de sucesso, de força e de coragem, de quem nunca desiste de lutar” que oferece este livro “com todos os ingredientes necessários para ser um êxito”.
Amadeu Torres, professor jubilado, escritor e poeta, foi quem teve a tarefa de apresentar o autor porque — disse citando Jorge Amado — deve-se deixar ao leitor a “satisfação de descobrir o seu enredo”.
Aquele professor catedrático jubilado lembrou que Avelino Barroso “não nasceu num berço de algodão ou de ouro” mas tudo fez para vencer na vida com o “seu trabalho, muito trabalho e dedicação por um ideal”. Nesse sentido lembrou alguns grandes escritores que mal sabiam ler na juventude e nos legaram obras admiráveis, como Machado de Assis, Honoré de Balzac, Erico Veríssimo ou Cesário Verde.
Amadeu Torres traçou o perfil breve de algumas personagens marcantes de ‘Meias de vidro’, como o Gasparinho, que era le-vado da breca, ou o Morgado de Cima de Vila ou ainda o Carriço que pagou caro saber de mais, sendo afogado num poço, sem esquecer a Mariquinhas alcoviteira.
O poeta Castro Gil terminou a sua intervenção com um desafio aos leitores para saborearem este livro que nos fala sobre a vida difícil na aldeia de Rossas, nas encostas frias e agrestes da Serra da Cabreira, na primeira metade do século XX, palmilhadas dezenas de vezes através de carreiros ladeados de tojos de mato impossíveis para as mulheres usarem ‘Meias de vidro’.
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