Saturday, April 11, 2009
Braga: Nimbus mostra excelência da arte minhota
O Minho é, “sem dúvida uma excelente região de artistas, desde Braga, Barcelos a Viana do Castelo, temos excelentes, como pintores, escultores, e outras áreas, como fotografia, mas as grandes decisões não são a Norte. Para a arte também”. A convicção é de Manuel António Araújo, proprietário há seis anos da Anticoar, Antiguidades, Coleccionismo e Artes geminada com a Galeria Nimbus, criada há um ano, no Centro Comercial dos Granjinhos.
A Anticoar está a celebrar há seis anos, mas tudo começou quando Manuel Araújo era muito novo, com um gosto pelo coleccionismo e pela arte, com destaque para a numismática da República e uma colecção fantástica de arte de Jerónimo.
Na Anticoar, o visitante pode encontrar desde quadros do século XVI até arte contemporânea que foi sendo recolhida ao longo de muitos anos.
Muitas das peças foram compradas antes de abrir a Anticoar, como louça, faiança, objectos de arte sacra, decoração, etc.
A arte é a secção mais forte do projecto Anticoar, com destaque para a escultura, pintura e fotografia.
NIMBUS APOSTA
NA ARTE REGIONAL
Apos seis anos, o balanço financeiro não é importante, porque a prioridade de Manuel Araújo “é formar públicos” e por isso é que surgiu a Galeria de arte Nimbus” — explica.
O nome surgiu durante a frequência de um curso de Estudos artísticos e Culturais na Faculdade de Filosofia e achei o nome interessante: “significa uma nuvem carregada de água e a partir do século V passou a ser a auréola da santidade dos santos”.
No tempo dos romanos era atribuída pessoas célebres.
“Era um sonho que eu tinha de cumprir” — diz Manuel António Araújo ao explicar o lançamento da Galeria, uma vez que a Anticoar reúne centenas de autores, ao passo que a Galeria permite ter autores diferentes com projectos diferentes e mostra-los às pessoas, de forma clara e organizada.
DESFILE
DE ARTE
MINHOTA
É o que acontece no mês em que a Nimbus celebrou um ano com uma exposição de Mário Rocha, um insigne pintor do Minho, e acontece agora com a exposição inaugurada sábado com trabalhos de José Teixeira, um artista de Amares e professor na Universidade do Minho.
Ao longo de um ano, a primeira exposição foi de Cristos de Jerónimo, seguiu-se o Domingos Silva, da Povoa de Lanhoso, depois José Júlio Barros. Em Julho esteve o aguarelista Vítor, de Santo Tirso, seguindo-se Dias Machado, muito amigo de Jerónimo. O barrista escultor Esteves, de Barcelos, também marcou presença na Nimbus, juntando-se depois uma exposição de Nuno Portela, e uma colectiva 18 pintores, em Dezembro, em que só um deles não era minhoto.
O bracarense Jorge Vasconcelos abriu este ano com uma exposição de escultura cuja abra está patente por todo o pais e estrangeiro.
“A minha intenção tem sido a de mostrar os trabalhos dos nossos magníficos artistas plásticos, para que eles não sejam como os santos da casa das artes — acrescenta Manuel Araújo, porque “é uma forma de lhes dar oportunidade. Não há galerias suficientes para que eles apareçam com os seus projectos e nós queremos dar-lhes voz e mostrar os seus trabalhos”.
“O quadro da minha vida é de Mário Rocha, que eu comprei numa exposição na Casa dos Crivos, em 1995, que constitui um hino ao Minho. A figura central é um tocador de concertina numa festa com elementos de monumentos de Braga que ele consegue sobrepor de uma forma que me seduziu. É um dos quadros que nunca venderei” — comenta Manuel Araújo.
Numa breve panorâmica regional, Manuel Araújo sustenta que o Minho é, “sem dúvida uma excelente região de artistas, desde Braga, Barcelos a Viana do Castelo, temos excelentes, como pintores, escultores, e outras áreas, como fotografia, mas as grandes decisões não são a Norte. Para a arte também”.
As próximas exposições trazem a Braga — depois de Mário Rocha — José Teixeira, professor universitário, de Amares, cuja exposição foi inaugurada sábado.
Este ano, a Nimbus vai mostrar a arte
Fascínio por Jerónimo
que merece um museu
A vida mas sobretudo a obra de Jerónimo exercem um fascínio especial sobre Manuel Araújo, porque “é um pintor que eu conheci em vida e a quem nunca dei o valor devido. Eu andava muito ocupado, ele era um homem um pouco truculento na sua vida e não tomei consciência da força e grandiosidade dele. Quando ele faleceu, em Dezembro de 2003, tive acesso de forma mais aprofundada à obra dele”.
Manuel Araújo não tem dúvidas em afirmar que estamos na presença “de um génio da pintura que continua desconhecido do grande público. Pouca gente conhece a grandiosidade e a força da sua pintura”.
Manuel Araújo possui peças de fotografia dele, algumas delas premiadas, num total de milhares de peças, slides, centenas de fotos, correspondência (postais e cartas), mais de uma centena de esquiços, poemas, capas da sua autoria para livros, esculturas em madeira e bronze, os catálogos das suas exposições, as entrevistas do pintor, alguns trabalhos que lhe foram dedicados, alguns livros de arte que lhe era predilectos.
As pessoas amigas foram-me incentivando a recolher todo o espólio de Jerônimo e Manuel Araújo está “disponível para criar um museu” e Barcelos tem mostrado alguma disponibilidade para acolher esse espólio que já foi mostrado em Barcelos, Viana e Vila Verde.
“Só se as pessoas virem a obra podem ter consciência da grandiosidade de Jerónimo” — assegura Manuel Araújo que prepara uma exposição de fotografia, uma faceta desconhecida do artista que possuía o seu atelier em Barcelos.
“É um dos maiores pintores a nível nacional” — remata este galerista que começou como escriturário e contabilista em Barcelos.
Depois trabalhou em Braga no ramo automóvel, até se dedicar a criar a Anticoar, cujo espólio é constituído por dezenas de milhares de peças.
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